Emiko Yoshida enfrenta a terrível realidade que a espera com o fim do seu treino. Yoshida era um bom professor, mas a vida tornara-o numa pessoa demasiado amarga.
Capítulo II - A Digna
~Cinco
Dias Depois~
Lua cheia. Emiko levanta-se
silenciosamente da cama e deixa a casa. Seguimos a personagem enquanto esta
entra na floresta. Algum tempo depois, começamos a ouvir passos de uma segunda
pessoa.
Emiko retira a sua Katana
desajeitadamente e aponta-a para a pessoa que a segue, preparando-se para a
atacar.
Baku
Soda: Espera!
(coloca as mãos no ar) Sou eu!
Emiko: (baixa a Katana) Que fazes aqui?!
Devias estar em casa!!
Baku
Soda: O meu irmão
deu-me a tarefa de te proteger! (momento de silêncio) Mas porque foges?
Emiko:
(baixa a cabeça) Eu
respeito o nosso Sensei… Mas não pretendo mostrar que sou uma verdadeira
Samurai, matando aqueles que desejo proteger. É estupido! (levanta a cabeça
mostrando determinação) Sou forte o suficiente para seguir o meu caminho!
Baku
Soda:
(entusiasmado) Então vou contigo!! Talvez encontre o meu irmão!
~Alguma
Cidade em Kamikita~
Manhã. Os dois jovens chegam a uma
cidade bastante movimentada. Vemos agricultores, samurais, pescadores,
vendedores de rua, entre outros. Os dois estão maravilhados, aquela é a
primeira vez que visitam a cidade.
Repentinamente, são barrados por um
grupo de homens, cujos possuem Katanas embora não tenham o ar normal para um
Samurai, assemelhando-se mais a bandidos de rua.
Homem
Ichi: (cinicamente)
Perdidos?
Baku
Soga: Deixem nos
passar!
Homem
Ni: Uh… O bebé já
sabe falar… (ri)
Baku
Soga: Não sou
nenhum bebé!! Tenho 12 anos!
Homem
San: Que
impertinentezinho!!
Homem
Ni: E quem é essa
que trazes contigo? É a tua namorada? (ri)
Emiko: O meu nome é Emiko Yoshida!!
Homem
Ichi: Yoshida?! Não
sabia que aquele velho tinha filhos.
Emiko: Mas tem! E se fosse a vocês saía do
caminho!!
Homem
Ni: Pensas que nos
assustas fedelha?!
Baku
Soda: Eu, Baku
Soda, não vos deixarei humilhar-nos mais!!
Homem
Yon: Soda? … Nome Interessante… Diz-me… Onde estão os teus pais?
(pausa) A tua mãe? (ri)
Homem Ichi: Amigos! Acho que deixámos
escapar alguma coisa há oito anos! (aproxima-se dos dois)
Emiko: (retira a sua Katana)
Afastem-se! (Baku retira a sua Katana)
Homem San: O que vão fazer com isso?
Matar-nos?!
Homem Ichi: Vamos acabar com estes dois
insulentes!!
Homem Yon: Eu fico com a rapariga!
O
grupo de bandidos ataca os jovens e numa questão de segundos, Baku é ferido
gravemente no pescoço, caindo de imediato. Quando um dos homens agarra o braço
de Emiko, um vulto salta para o meio deles, matando os vilões.
Vemos
um rapaz com certa de 16 anos. Ele guarda a Katana e aproxima-se de Emiko, que
tinha caído durante a confusão.
Kenji Matsumoto: (para Emiko) Estás
bem?
Emiko
levanta-se com dificuldade e quando olha para o lado vê Baku rodeado por uma
poça de sangue.
Emiko: (corre para Baku) Baku!!
Baku Soda: Foge… Não tarda… Chegam mais…
Emiko: Não te vou deixar para trás!!
(não obtém resposta) Prometes-te ao teu irmão que tomarias conta de mim!!
Esqueceste-te?!
Baku Soda: (com dificuldade em falar)
Acho que… Não o poderei fazer afinal de contas… Torna-te mais forte… Emiko…
(morre)
Emiko: Baku!! (começa a chorar)
Kenji Matsumoto: (com uma expressão
séria) Tens para onde ir? (Emiko responde que não com um aceno) Vem comigo.
Emiko: (quase imperceptível por falar
muito baixo) Não o posso deixar aqui…
Kenji Matsumoto: Entendo…
Kenji
pega no jovem ao colo e deixa a cidade, seguido por Emiko.
~Algures em Kamikita~
Pôr-do-Sol.
Estamos no topo de uma colina que serve de cemitério. Emiko e Kenji estão ajoelhados
a rezar em frente a uma pequena campa visivelmente recente. Quando acabam de
rezar, permanecem em silêncio durante algum tempo.
Kenji Matsumoto: O meu nome é Kenji
Matsumoto.
Emiko: Emiko Yoshida…
Kenji Matsumoto: O que estavam a fazer
na cidade sozinhos? Perderam-se? (Emiko acena negativamente) Tens fome?
Emiko: Tenho sono…
A
jovem, visivelmente ensonada, encosta-se ao braço de Kenji e adormece. Ele pega
nela ao colo e leva-a até a uma casa no meio da floresta. Esta feita de pedra e
não de madeira como a casa de Yoshida.
Noite.
Ele entra em casa e deixa Emiko num pequeno quarto em cima de um Tatami. De
seguida sai de casa e caminha até a uma pequena pedra onde vemos um homem perto
dos 40 anos sentado, a olhar a lua cheia e a beber Sake. Ele parece indiferente
ao facto de Matsumoto ter trazido uma criança para casa.
Isao Akiyama: Quem é ela?
Kenji Matsumoto: Emiko Yoshida.
Isao Akiyama: Ele trazia duas espadas
com ela.
Kenji Matsumoto: Uma era do rapaz.
Isao Akiyama: Qual rapaz?
Kenji Matsumoto: (suspira) Estava a
procura daquele grupo de bandidos que têm assaltado casas nas aldeias vizinhas…
Quando os encontrei estavam a atacá-los… O rapaz não sobreviveu.
Isao Akiyama: São muito novos para
trazerem armas consigo. (pensativo) Aprendizes?
Kenji Matsumoto: Ela não quis falar
sobre isso…
Isao Akiyama: Muito bem. Vai descansar.
Amanhã começamos o treino bem cedo.
Kenji Matsumoto: Mestre… Irá treiná-la?
Isao Akiyama: Uma mulher samurai… (ri)
Pensarei nisso.
Kenji Matsumoto: Até amanhã Mestre.
O
jovem faz uma pequena vénia a Isao, cujo enche mais um copo de Sake enquanto
continua a admirar o céu.
Isao Akiyama: (para si mesmo e ainda
pensatvo) Pensarei nisso…
Na
manhã seguinte, Emiko acorda com as vozes distantes de Kenji e Isao. Ela segue
o som até uma pequena cascata onde os dois treinam com a Katana. Quando o jovem
a vê, perde a concentração e acaba por cair.
Isao Akiyama: Não percas a concentração
Matsumoto! Uma simples distracção num combate é o suficiente para seres morto!
Kenji: (levantando-se) Desculpe.
Isao Akiyama: O meu nome é Isao
Akiyama. Sou Mestre do Kenshin. Ontem vi que trazias uma Katana. Sabes
manejá-la?
Emiko: Sensei Yoshida ensinou-me.
Isao Akiyama: (senta-se numa pedra)
Kenji, luta com ela.
Kenji Matsumoto: Mas ela é apenas uma miúda!
Emiko: Tenho 8 anos! Não sou nenhuma
miúda! (ela ataca Kenji e os dois começam a duelar)
Isao Akiyama: (para si mesmo) Yoshida…
Deve ser aquela raposa velha… Mas que fariam dois dos seus alunos na cidade?
Emiko
escorrega numa das pedras do pequeno lago onde caia a cascata, perdendo o
combate. Kenji fica visivelmente preocupado.
Kenji Matsumoto: Estás bem?!
Emiko: Cala-te!! (levanta-se
enfurecida)
Isao Akiyama: Yoshida de Rokkasho?
(Emiko acena afirmativamente com a cabeça, agora mais calma) Porque fugiste?
Emiko: (momento de silêncio) Ele… Eu
não concordo com o método de aprendizagem… E o Baku… Ele seguiu-me para me
proteger…
Isao Akiyama: Gostaria de ter tornar
minha pupila?
Emiko: (determinada) Ficarei mais
rápida e forte?
Isao Akiyama: Mais rápida e forte que
este meu aprendiz preguiçoso, se assim o desejares.
Kenji Matsumoto: (indignado) Eu não sou
preguiçoso!!
Emiko: Eu fico.
Isao Akiyama: (fecha os olhos
momentaneamente, ficando pensativo) Emiko… A Criança Sorridente. Uma criança
sorridente jamais poderá tornar-se num soldado temido. (olha Emiko) De hoje em
diante… O teu nome será… Rin. A Severa. A Fria. A Digna.
Kenji Matsumoto: (torcendo o nariz) Melhor
que o meu nome…
Isao Akiyama: Concordo… Deveria ter-te
chamado Madoka (a flor). Vai mas é
buscar água. (Kenji, aborrecido, deixa o grupo) Agora. Tu e Eu. (levanta-se)
Comecemos pelo básico. (Rin prepara-se)
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